...então tudo morre.
Porque pra morrer basta estar vivo, e pra acabar, basta ter começado. E tudo o que passou fica na memória, enquanto esta não teimar em banir as lembranças pro fundo escuro do inconsciente...
Agora fecha-se o pano e apagam-se as luzes da ribalta. Os expectadores vão para casa.
E ninguém que testemunhou o espetáculo irá sequer suspeitar de que nos fundos, num camarim sórdido, em frente a um espelho lascado e marcado pela ferrugem, a atriz fita com os olhos vermelhos e inchados a própria imagem borrada pela maquiagem escura, enquanto chora silenciosamente, sofrendo, lamentando mais uma vez, o fim da história.
Lívia Santana.
Uberlândia - agosto/2005.
Imagem: autor desconhecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário